Fantástico! É uma experiência a repetir! Além dos passeios e maratonas regulares de BTT, todos os betetistas devem marcar na sua «lista» este percurso, logo a seguir ao Caminho Português de Santiago de Compostela.
Finisterra representa o fim dos Caminhos de Santiago, onde os peregrinos queimam as roupas e os sapatos, tratando-se de um lugar mistico à beira mar, marcado pelos enormes penhascos que assinalam o "fim da terra".
Três Noddys, Nuno Figueiredo, Jorge Gonçalves e Nuno Martins, em conjunto com uns colegas dos Amigos da Montanha, arrancaram de Santiago de Compostela pelas 09:00 (óho que madrugada…). Infelizmente aquela hora ainda não estavam a vender as famosas tartes de Santiago, bem procuramos nas pastelarias abertas, mas nada… só uns croissants ao preço de ouro…
Após tirar umas fotos na praça em frente á Catedral de Santiago, arrancamos e perdemo-nos logo de seguida. De facto, o primeiro km não é fácil…
Depois de termos “encarreirado” nos trilhos e saído da cidade, fomos surpreendidos por uma subida picada que deu para aquecer bem… aliás, os primeiros km são picadinhos… sobe sempre ligeiramente, até chegar a uma valente subida!
eis o grafico

O mais engraçado foi que começamos a ser acompanhados por Corvos… ficamos sem saber se era bom ou mau pois o cantar parecia um pouco sinistro.
Continuamos pelos trilhos e confirmamos aquilo que todos sabem – os Caminhos de Santiago são especiais pela variedade de trilhos, pelas pontes centenárias, rios, prados e peregrinos de todas as nacionalidades. É de facto surpreendente e mítico percorrer trilhos com séculos de história sabendo que milhares de pessoas percorreram o mesmo caminho durnate centenas de anos.
À medida que íamos completando quilómetros, um vento forte começava a marcar presença de modo muito persistente… tal como a lei de Murphy… o vento estava contra e fez estragos em alguns elementos. Quando chegamos a Oliveiroa (quase a metade do caminho), aproveitamos para almoçar e descansar um pouco numa estalagem perto do albergue. Almoçamos uma massa saborosa, mas antes pedimos um caldo á moda da casa. E que caldo!…
Voltamos ao caminho 2 horas mais tarde, já devidamente carregados de calorias, água e barras energéticas. À medida que íamos fazendo o percurso, o vento ficava mais forte, pois estávamo-nos a aproximar do mar. O percurso também ficava mais fácil, com menos desníveis.
A certa altura, encontramos a bacia de Finisterra no horizonte e uma descida espectacular! Um estradão de terra batida muito rápido com finalização num trilho ao melhor nível das pistas de bike-trial.
Após chegada a Finisterra, ainda temos de completar surpreendentemente 14km (!!!) até ao farol de Finisterra. E cuidado com estes 14km… somos apanhados de surpresa por uma subida com 100 mt que desafia a gravidade… mais tarde percorremos um passadiço «tremeliqueiro» junto à praia que acaba com o que ainda resta do traseiro. Nesta altura temos praticamente 85 km nas pernas. Após alguma desorientação por falta de sinalização, seguimos em direcção ao farol. Mais uma surpresa! Faltam 2.4km! Seguimos pela estrada que leva ao fim e numa certa curva, nova surpresa! Um vento contra que mais parecia um ciclone! A certas alturas estávamos quase parados, a lutar de frente contra o vento! Mas com o fim a vista, nada nos podia impedir!
Uma vez chegados ao destino, restou tirar as fotos da praxe e descansar de mais de 90 km nas pernas!!!...
Noddy Jorge Gonçalves